quarta-feira, 9 de setembro de 2009

"Tá solteira?"

Ela estava solteira depois de alguns três anos tendo um namorado. Já tinha se tornado um daqueles namoros que tu nem sabes o que sentes por aquele cara ali, mas sabe que ele é teu namorado. Solteira podia sair. Sair assim, em cima da hora. Me deu vontade de vir aqui, me deu vontade de ir ali. Fui. Ninguém ia ligar perguntando com um tom desconfiado o porque dela ter saído sem ter avisado, ninguém ia ligar querendo saber com quem estava e porque estava, e isso não soava triste não, soava sussego pra ela, agora, tão solteira. Chegava em casa na noitinha, chegava do seu dia que começara as seis horas da manhã, chegava sem se preocupar em ligar, em se perguntar onde ele está, o que prometeu fazer pra ele este final de semana.
Solteira ela chegava em casa e ficava pelada andando pela casa. O externo demonstrava o quanto o interno se sentia bem e livre. Solteira ela ir ler um livro, se obrigava a ler um livro pra ocupar a mente agora vazia das preocupações do amor, e , com isso, ficava cada vez mais interessante a si mesma, pelo nível de aprendizado do dia-a-dia, agora solta pra si.
Até que um dia um olhar brilhou mais que os de costume, até que uma mão a tocou com mais calor. Aquele corpo tão solto dela, queria prender-se naquele corpo tão solto dele, e nunca mais soltar. Não pôde evitar, cmo todo o sentimento forte, forte que era os segurou, um junto ao outro e não deu mais pra soltar. Agora ela chega em casa e quer ligar pra saber onde ele está, quando não atende, é noite perdida, sem luar, sem ler, sem sussegar, até saber onde ele está. Agora quando chega em casa, pensa na saudade, em quando vão se ver. Agora as vezes como se todos os dias da semana de trabalho das seis da manhã as sete da tarde se juntassem em um só, eram os dias os quais tinha medo de perdê-lo. Ela agora estava presa em um amor, e se perguntava: "qual é o amor amor mesmo? Aquela parte que se sofre e tem medo de perder? Ou as risadas e as transas e as camas e as calmas quase nunca percebidas tão tapadas pelo medo de talvez não ter mais aquilo, já que o amor nos faz pensar que sem isso não se pode viver?"
Mas eu, por mim, quanto quem escreve, digo que, o amor verdadeiro, tem medo, mas acredita em si, na sua existencia em si, já se faz feliz, por ser amor.



(dia 26 de setembro de 2008)

3 comentários:

Unknown disse...

A-D-O-R-E-I.
Muito lindo!!!
ain to sensivel... huahuahua!!
Bjokassss...

Anónimo disse...

O que tu prefere? Não pensa muito pra responder (pra ti):
Namoro que preenche mas na falta de vazio empobrecemos?
Solteirice" que instiga a pulsão a andar por outros caminhos menos óbvios dq o amor, como por exemplo na arte e na literatura?

TU AMA?

Leandrô/Lemão! disse...

A eterna briga do ser humano consigo mesmo. Nunca sabe o que quer. Ou quase nunca...

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