sábado, 21 de junho de 2008

"Já foi. Faz tempo."

    

    O namoro acabou, agora tu não tem mais nada haver com aquela família, agora tu não pega mais aquele ônibus, talvez nunca mais entre nele, agora aquele bairro que não foi o qual você nasceu mas já se sentia familiar, não, não é mais seu. A rua em que caminhava até chegar a casa dele. Pode esquecer o nome dela, não vai mais precisar. Aquele lugar na mesa da casa dele que sentava, pode estar vazio, ou, algum outro componente da família se senta ali agora. Ninguém percebe que não estás mais ali. Só você.
    Agora o namoro acabou, vai ir nas festas sozinha. Não vai mais no mercado vizinho a casa dele, já até conhecia o padeiro, o qual sempre via vocês juntos. Nas manhãs comprando o pão. Nas tardes de larica. Nunca mais verá o padeiro, e o mesmo nem saberá o porque você sumiu, talvez ele nem note que você sumiu. Nem nos aniversários de família. Ele não vai estar, nem  você nos dele. E suas tias vão lhe perguntar onde ele está, e você ficará com medo de ser como elas, solteira pra sempre, porque acha que nunca mais vai amar. Não é certo que o telefone vai tocar. Ele não vai te buscar. Nem quando chover. Ninguém vai. Vai ir pra casa de ônibus. Pode até chegar e perguntar se "alguém" ligou. Sempre ligam. Mas nunca mais foi ele. 
    Aquela rotina de horários. Aquela casa, seu segunda casa. Sua segunda família. O seu segundo quarto, ou seu único, ele dormia no seu e você no dele. Todas as fotos pelas paredes, do seu, do dele também. Vai ter que tirar. Não faz mais sentido. Vão ficar vazias as paredes. Mas você já se sente assim mesmo. Todos vão lhe dizer que a vida segue. Mas só você vai saber que perdeu a vida que tinha, vai ter que se adaptar a outra. Ou as pessoas vão achar que você está sempre deprê, nem vão querê-la mais  por perto. Vai ter que logo dar um jeito de ver a vida que tem, e não a que lhe tiraram. A vida mesmo lhe tirou. Agora te dá outra sem perguntar se querer ou não. Se eras apegada ou não. A vida é assim. A vida é sim, injusta. Ela sabe o que faz, mas nunca nos explica. Ninguém nos explica.

sábado, 14 de junho de 2008

" VEJA BEM , MEU BEM..."

             Agradeço as longas viagens de ônibus dentro de floripa, que me fazem refletir coisas supostamente inúteis...    


    "Veja Bem. Porque as pessoas dizem "veja bem" ao anteceder algo a dizer? Mais ainda costuma-se ouvir isso antes de alguma explicação, argumentação, lamentação que seja. Porque "veja bem"? O que será dito , que queres que a pessoa ouvinte veja a situação  de uma maneira de "bem". O que será dito que precisa tanto da compreensão da outra pessoa, do tipo, veja bem, veja bem querido o que me ocorreu. Ou ainda pode vir a ser o fato de que quer que o outro veja bem, para que antes de logo despejar a opinião ou a crítica , observe bem os lados todos, "veja bem", que a história tem vários ângulos. "Veja bem, eu estava lá e de repente", "Veja bem eu gostaria de dizer...". Antes de dizer estas duas palavras juntas, pergunte-se se há algo no que  dizes que  pode ser visto de uma maneira ruim, afinal, se enxergas de uma maneira ruim, foi porque fez pensando assim, ou, se culpa pelo feito, ou pelo que será dito. Veja bem, antes de dizer isso, pensa bem. "  

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Maldita Tpm. (O texto é longo, mas vale a pena."

    Bom, eu vou escrever um texto no meu blog, não sei se alguém lê também, porque é um blog sem atrativos ou mensagens subliminares, fotos ou qualquer coisa marketeira, só diz o que tem de ser dito e pronto.Só a  leitura não atrai muito as pessoas.Mas isso também é culpa da tpm.Ela que me faz ver assim.A tpm me faz ver as coisas como são.Ou o inverso delas.


    Hoje, sexta-feira,(pelo menos foi o dia que escrevi), o meu dia começou normal, acordei as 10;30.Como todos os dias. Fui fazer as coisas que a manhã propõe, como comer uma torrada, tomar um café preto e fumar um cigarro. Como alerta para meu dia, minha torrada queimou. Depois, eu não achava meu isqueiro, temos cinco isqueiros na casa. Eu não achava nenhum. Acendi no fogão mesmo. Queimei minha tão estimada franja. Terminando as tarefas da manhã, fui fazer o que tinha de ser feito a tarde. Uma rotina que eu mesma inventei para não me sentir tão vadia, visando o fato de que não estou trabalhando porque estou tendo aulas a noite e preciso estudar. Outro argumento que eu inventei, sendo que passo as tardes tocando violão e não estudo porra nenhuma. Tá certo, eu entro no msn também. Eu confesso. E o fato é que a única pessoa que eu falo mesmo é o garoto que mora comigo. Por sorte. Sempre temos assuntos. Mas eu também, malho a tarde, por conta mesmo, ora que uma garota semi-gorda já que não trabalha algum exercício tem de fazer. Fora as horas que eu perco (se é que é perder), cantando na frente do pc como se estivesse em um palco. Sim, eu me imagino em um.
    Lá pelas quatro da tarde desaba a chuva, hoje, sexta-feira. "Lá pelas quatro", horário este que eu vou me arrumar, eu sei que pego o ônibus só as 17;30, mas me arrumar nunca é uma tarefa fácil. Começo pelo cabelo. Chapinha.  O cabelo é ruim, ninguém sabe por causa dela. No fim, estou irritada com ele porque começa a doer meus braços , a parte de trás no cucuruto na cabeça, onde o cabelo é mais ruim. O pior, eu não enxergo atrás. Depois da tormenta cabeleira, vem a maquilagem. Sim, ninguém me reconhece sem ela. Nem eu mesma. É tudo fajuto, não há cilhos, há um rimel magnifico que modela e dá volume, a sobrancelhas, dia a dia tiro fios, e ainda pinto. Uma desgraça. E a pele lisinha? Bendito seja o blush. Mas a pior parte, a tarefa mais difícil, a roupa. Essa aqui eu fico gorda. Esta aqui aumenta a bunda.Esta diminui a bunda.Essa eu pareço uma senhora. Esta eu pareço uma rockeira. Nem sei quem eu sou no final das contas. Ou quem eu quero parecer. 
    Chega 17:20, tenho que ir para a parada, mas hoje, sexta-feira, eu tinha que ir comprar Nasomil, porque também, só não sou fanha, por causa dele. No meio do trageto, minhas amigas me ligam. Não virão na minha casa a noite. Ficarei sozinha. O garoto trabalha até mais tarde hoje. No caminho de volta da farmácia a parada, vejo o desgraçado do onibus passando. Grito, ele para no meio da estrada. Não era o meu, desculpa. Quando o meu chega, Gama Deça , entro, quase caio porque ele faz a curva antes que as pessoas sentem. Sem nenhuma piedade. A bolsa tranca na roleta. O casaco é de jeans, limita os movimentos do meu braço, eu sento no banco que sobra, é hora das crianças voltando da escola. E elas gritam. E o motor ruge. Eu quero matar o motorista, mas nem é culpa dele.  Eu quero matar as criancinhas também. Esganá-as quem sabe.Tudo, tudo isso, é culpa da tpm. Tem muito mais agonias de onde estas vieram, mas seria maldade com quem lê, demonstrar o quão terrível é este mundo. Na visão da tpm. Não na minha. Os meus dias são todos iguais.Só hoje que eu vi tudo isso. Só hoje.

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