domingo, 24 de agosto de 2008

"A porta dos fundos..."





Todo mundo levanta da mesa. Eu sou aquela que recolhe os pratos, coloca os restos de comida no lixo orgânico, lava a louça. Enquanto cada um vai fazer o que quer. Olhar tv. Dormir. Todo mundo tomou o café da tarde. Eu recolho os farelos, eu balanço a toalha na janela. Os irmãos foram jogar futebol, minha mãe, foi ver novela.Entro no banheiro,recolhendo as toalhas, as estendo. Dou comida pros cachorros, recolho as roupas. Roupas essas que nunca são poucas. Eu fecho a janela quando vai dar temporal. Enquanto meus irmãos tem medo, e minha mãe, com os raios, passa mal. Me preocupo para que eles vivam a vida deles, quase não vivo a minha.
Quando todos foram deitar, eu checo a casa, chaveio a porta, mas sou eu quem sempre dorme sozinha...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

"Por trás de um desfile na escola de samba."

Eu tinha uns 16 anos mais ou menos. Tinha um namorado lindo, popular, daqueles que todo mundo gosta, mas você não sabe se gosta que eles gostem tanto. Vivíamos tudo juntos. Um dia ele veio, deitou-se na cama e disse; "-Vou para o rio de janeiro.". Só. Dali a diante, fiquei chorando todos os dias achando que doiria muito mais do que doeu. Mas não é desta xurumela de amor que quero falar.
No fim do primeiro mês, mal pensava nele já, perdida no f'órum social mundial. Mal nos falavamos. Na medida que conheci outros garotos que me trataram surpreendentemente bem, lembrei que meu namorado nunca dissera um "eu ti amo". Não me dava a mão. Não me dava presentes. Me provocava com ciúmes. Era praticamente uns monstro. (eu achava na época). Voltando a cidade depois do fórum, mandei um email dizendo que não o queria mais. Não contei a ninguém sobre isso. Um belo dia a mãe dele me liga e diz que o suposto apareceria na televisão, desfilando de perna de pau. Sim, o meu namorado estava no rio, no carnaval, e agora todo mundo iria ficar sabendo. Pior, logo agora todos o admirariam quando eu descobri o monstro.
E foi assim, como se não bastasse desfilar na Salgueiro,(acredite gente,Salgueiro) e repórter da Globo, quis entrevistar alguém, e quem ela catou no meio de 600 pessoas? Ele. Sim, ele estava no rio, desfilando no carnaval, apareceu na tv e ainda deu uma palavrinha. Todos viram, todos me ligaram felizes. As tias, as mães, as vós. Só eu achava ele uó, (era meu recém ex ora bolas). Enquanto o orkut dele bombava de garotinhas e de todo mundo puxando o saco, e só eu sabia que ele era um malvado sem coração. (achava certo naquela época). O que menos se pode querer de um ex, é que ele faça sucesso. Por favor.

domingo, 10 de agosto de 2008

"Recusa.."


Esses dias, entediada, fui sentar-me numa praça, pegar um sol quem sabe, fumar um cigarro. E nessas, conheci um traficante. Sim, um traficante. Mas não é disso que vamos tratar.
Estávamos eu e uma amiga, sentadas no banco. Chegou um moço. O moço sentou-se. Com uma bela desenvoltura social (dele e nossa), viramos, pode-se dizer assim, "amigas" do traficante. Que por sinal era trabalhador e traficava por passatempo. Puro passatempo. Divertidíssimo. Conversa vai, conversa vem, ele, sabendo durante a conversa, que não temos televisão nem som em nossa casa nova, ofereceu um rádio. Negamos. Eu e minha amiga; negamos. Negamos porque automaticamente, eu e ela, achamos que aceitando o rádio, teríamos de ser cordiais sempre com ele, ou de haver alguma cobrança. Como se fosse uma troca. Nessa hora (a em que me dei conta de pensar que devia dar algo em de volta), lembrei que sempre ofereço chiclé a um tal garoto a quem me interesso, e ele nega. Até hoje eu me incomodo quando ele diz; "-não, obrigado", e nunca soube bem o por quê, se me sentia rejeitada ou sei lá.
Pois bem, depois dessa do traficante ter nos oferecido um rádio e negarmos por sentirmos obrigadas a dar algo em troca, descobri que por incrível que pareça, o que sinto quando o garoto do chiclé diz "não", é como se eu quisesse dizer ;"-Tá mas eu não quero nada em troca, só quero dar-te um chiclé.". Mas não é verdade, dando o chiclé , espero que ele perceba que lhe faço um agrado, e ele se nega por não querer se comprometer em me agradar. Sim, é isso. E me atinge.Mas então, será que agora que sei disso, conseguirei pensar melhor sobre dar algo, sem querer nada, nadica de nada, em troca?

Parece fácil? Então vamos lá.

domingo, 3 de agosto de 2008

"Eu não sou, eu estou..."

   A vida é feita de relacionamentos. O tempo todo. Seja namorado, ou amigo, mãe, família, o que for. Sempre estamos, (pelo menos eu falo por mim), nos rotulando diante de cada um deles, do tipo; "-Ah, com minha mãe eu sou assim e pronto.", "- Quer ser meu amigo, tem que me aceitar como sou.". Ora bolas que em relação à namoro, também me rotulo. E é sobre isso a ênfase deste texto.
   Costuma-se dizer, (ou pior, ouvir), certas coisas como; "-Não, eu não sou de me apegar.", costuma dizer ao parceiro (a), que não é  romântico, que não sabe amar direito. Há também quem se diga esquecido, daqueles que não lembram datas, ou semelhantes referentes a relação. É possível dizer, ou ouvir, que não gosta de "xurumelas", ou "mi mi mi's" entre o parceiro (a), que não se gosta que ligue o tempo todo, ou que fique dando toques para dar oi. Sendo assim, a pessoa passa-se por fria, e o outro, o que ouve estes ditos, pensa que aquela pessoa ali nunca amou. Não, ela não ama você. Mas o problema é que quando estas palavras são ditas, é que simplesmente  a pessoa nã0 está apaixonada. E nem vai. Sendo assim, prega essa de "eu sou assim", por não estar apaixonada.
   Vamos e viemos, que quando estamos apaixonados , não tem essa de não se apegar, nos apegamos no primeiro toque, na primeira noite. Quando nos apaixonamos, acordamos de manhã calculando que hora mandar aquela mensagem dizendo que quer perto. Quer ligar, quer receber ligações, toques, o que for. Quando se apaixona, se ama de cara. Não se pode dizer que se "é assim", ou "assado". É melhor dizer duma vez que simplesmente não está apaixonado e , se não está agora, nem vai ficar. Sejamos realistas e sinceros por favor. Não se engane, e não engane o outro.

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