sexta-feira, 6 de junho de 2008

Maldita Tpm. (O texto é longo, mas vale a pena."

    Bom, eu vou escrever um texto no meu blog, não sei se alguém lê também, porque é um blog sem atrativos ou mensagens subliminares, fotos ou qualquer coisa marketeira, só diz o que tem de ser dito e pronto.Só a  leitura não atrai muito as pessoas.Mas isso também é culpa da tpm.Ela que me faz ver assim.A tpm me faz ver as coisas como são.Ou o inverso delas.


    Hoje, sexta-feira,(pelo menos foi o dia que escrevi), o meu dia começou normal, acordei as 10;30.Como todos os dias. Fui fazer as coisas que a manhã propõe, como comer uma torrada, tomar um café preto e fumar um cigarro. Como alerta para meu dia, minha torrada queimou. Depois, eu não achava meu isqueiro, temos cinco isqueiros na casa. Eu não achava nenhum. Acendi no fogão mesmo. Queimei minha tão estimada franja. Terminando as tarefas da manhã, fui fazer o que tinha de ser feito a tarde. Uma rotina que eu mesma inventei para não me sentir tão vadia, visando o fato de que não estou trabalhando porque estou tendo aulas a noite e preciso estudar. Outro argumento que eu inventei, sendo que passo as tardes tocando violão e não estudo porra nenhuma. Tá certo, eu entro no msn também. Eu confesso. E o fato é que a única pessoa que eu falo mesmo é o garoto que mora comigo. Por sorte. Sempre temos assuntos. Mas eu também, malho a tarde, por conta mesmo, ora que uma garota semi-gorda já que não trabalha algum exercício tem de fazer. Fora as horas que eu perco (se é que é perder), cantando na frente do pc como se estivesse em um palco. Sim, eu me imagino em um.
    Lá pelas quatro da tarde desaba a chuva, hoje, sexta-feira. "Lá pelas quatro", horário este que eu vou me arrumar, eu sei que pego o ônibus só as 17;30, mas me arrumar nunca é uma tarefa fácil. Começo pelo cabelo. Chapinha.  O cabelo é ruim, ninguém sabe por causa dela. No fim, estou irritada com ele porque começa a doer meus braços , a parte de trás no cucuruto na cabeça, onde o cabelo é mais ruim. O pior, eu não enxergo atrás. Depois da tormenta cabeleira, vem a maquilagem. Sim, ninguém me reconhece sem ela. Nem eu mesma. É tudo fajuto, não há cilhos, há um rimel magnifico que modela e dá volume, a sobrancelhas, dia a dia tiro fios, e ainda pinto. Uma desgraça. E a pele lisinha? Bendito seja o blush. Mas a pior parte, a tarefa mais difícil, a roupa. Essa aqui eu fico gorda. Esta aqui aumenta a bunda.Esta diminui a bunda.Essa eu pareço uma senhora. Esta eu pareço uma rockeira. Nem sei quem eu sou no final das contas. Ou quem eu quero parecer. 
    Chega 17:20, tenho que ir para a parada, mas hoje, sexta-feira, eu tinha que ir comprar Nasomil, porque também, só não sou fanha, por causa dele. No meio do trageto, minhas amigas me ligam. Não virão na minha casa a noite. Ficarei sozinha. O garoto trabalha até mais tarde hoje. No caminho de volta da farmácia a parada, vejo o desgraçado do onibus passando. Grito, ele para no meio da estrada. Não era o meu, desculpa. Quando o meu chega, Gama Deça , entro, quase caio porque ele faz a curva antes que as pessoas sentem. Sem nenhuma piedade. A bolsa tranca na roleta. O casaco é de jeans, limita os movimentos do meu braço, eu sento no banco que sobra, é hora das crianças voltando da escola. E elas gritam. E o motor ruge. Eu quero matar o motorista, mas nem é culpa dele.  Eu quero matar as criancinhas também. Esganá-as quem sabe.Tudo, tudo isso, é culpa da tpm. Tem muito mais agonias de onde estas vieram, mas seria maldade com quem lê, demonstrar o quão terrível é este mundo. Na visão da tpm. Não na minha. Os meus dias são todos iguais.Só hoje que eu vi tudo isso. Só hoje.

4 comentários:

Unknown disse...

muito tri Carol...adorei o texto
bjs do professor de matemática....hehehe

Beatriz disse...

Gostei do texto,
a tpm te deixa com uma idéia totalmente extressante da vida,
ela acaba com todos, ou melhor, todas.

Bejoo

Bruno Boesche Neto disse...

demais carol, eu quase senti tua tpm.
bejos

Unknown disse...

faça mais!


te amo

Acerca de mim

A minha foto
CADA UM ENCARA, CONFORME A SUA CARA.