quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Morte ou medo?"

Me dei conta que de tinha o nome dele junto do meu escrito em giz de cera na parede no meu quarto. Tinha um espaço no meu quarda roupas com as roupas dele. No armário do meu banheiro, há a escova de dente dele, a pasta de dente que ele prefere também. Há a toalha dele junto da minha. Tem um travesseiro com o cheiro dele na minha cama. Junto dos meus lindos sapatos há um tênis all star preto de couro. Dele. Comecei a perceber que junto disso nos meus planos de dia dos namorados tudo inclue ele. Junto desta data há também planos com ele no meu aniversário. No natal. Nas férias. Na formatura que falta mais ou menos cinco anos pra acontecer ele está junto dos planos também. No meu cotidiano ele está hà todos os momentos. No meu futuro sem querer ele está. Olhando famílias juntas em dia de inverno ele está nos meus planos também.
Junto de tudo isso que me dei conta, quem mais me deu conta dos sentimentos que senti foi um tal de medo. Medo dele sair da minha vida. Medo de ter de apagar os escritos na parede pintando-as denovo. Um trabalhão pro coração. Tirar as roupas dele do armário. Ficará vazio ali? No meu banheiro as coisas dele eu tiro, mas a sensação vai ficar ali um tempo. Ele pode tirar os tênis da minha coleção de sapato, eu compro outro pra colocar no espaço vazio. Mas duvido que a minha emoção de um sapato novo na estante vai ser a mesma. Terei de fazer todos os planos novamente. Sozinha. Porque não? Se até conhecer ele eu nunca imaginei alguém do meu lado tanto tempo assim.
O problema é que penso em parar de fazer planos. Penso em não deixar mais ele ocupar todos os espaços da minha casa, da minha alma, da minha cama. Tenho medo agora. Agora mesmo neste momento, tenho medo de sofrer no futuro. Penso em tirar as roupas já dali. Em pedir que leve a escova de dente dele dali e a traga somente quando vier dormir aqui. Quase quatro dias por semana. Penso em não ouvirmos mais músicas juntos, senão quando isso acabar nunca mais vou ouvir música novamente. Na verdade, se fizermos tudo isso, nos distanciaremos, e se nos distanciarmos, certamente nos amaremos menos, e nos amando menos poderemos terminar mais cedo do que o nem previsto. O que fazer então, viver sem pensar no medo e sofrer como se morressemos depois, ou viver morto por medo da morte no amor?

7 comentários:

Unknown disse...

Bah Carol, nem dá para eu comentar... Lembrei de muita coisa...
Do you believe in live after love? (síndrome me Cher me deu agora). Realmente, tirar alguém de nossa vida depois que termina é como ver morrer uma parte da nossa própria história. Mas não viver o amor por medo do fim, é assassinar qualquer possibilidade de história antes que ela aconteça.
Nas palavras do sábio Vinicius: "Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama..."

Marcelo Mayer disse...

ser feliz é viver morto de piaxão... ja dizi meu amigo vinicius de moraes...

porém, se coloque mais nos planos do que qualquer outra pessoa. nao desejo nunca um t´rmino, mas se acontecer, o baque nem vai fazer efeito

gostei!

Leandrô/Lemão! disse...

Eis aquia descri;'ao do que o amor, ou seja, uma eterna luta contra si prórpio para aceitar ou não a situação (no caso a pessoa). Certeza num dia, dúvida em outro, e assim vai caminhando o amor, a paixão e a dúvida do que seremos com ou sem aquela pessoa. Gostei e me compliquei todo no comentário.

Anónimo disse...

Sim o medo de se envolver ao ponto de ser pega despreparada num provalvel fim! Essas questões que sempre me rondam também. Acho foda viver a coisa boa do amor no dia a dia sem ficar se cagando toda...mas ando aprendendo, graças a terapia, a tirar o caracter de necessidade do amor...ajuda...mas claro que não vai fazer tudo passar... apenas a lidar melhor!

Amei esse!

Graciela disse...

Teus textos me lembram muito Carpinejar (há tempos queria te dizer isso...)... Se tu ainda não leu, tira um tempo prá ler as crônicas "Bodas ou Apocalipse?”, e, o “Amor é Previsível”, do livro “O Amor Esquece de Começar”... não são respostas, propriamente ditas, mas pensamentos que, assim como os teus, são nossos, de todos...

Anónimo disse...

acho que o medo é proporcional à intensidade do que a gente sente. não temos medo de algo que não nos abala, só daquilo que faz parte de nós.

mas pelo menos tu sente medo de algo bom! :)

Beatriz disse...

Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...)
Lembra disso? hahaha,
post ótimo, amei, saudades carol, e comparada a carpinejar hein! ando uma desnaturada eu sei, mas nunca deixo de passar aqui!
Beijo Márcia
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